O movimento intenso de veículos na avenida José Bastos contrasta com a calmaria da lagoa da Parangaba. Nela, muitas pessoas aproveitam o tempo livre para pescar. Todos os pescadores ouvidos pelo O POVO no local afirmam que vão à lagoa só para passar o tempo livre. A atividade parece fácil, mas não é. Exige paciência e muito esforço físico, principalmente para quem usa a tarrafa (rede de pesca).
Na lagoa do Porangabuçu, localizada no bairro Rodolfo Teófilo, o grupo de amigos Francisco Auricélio, Adriano Silva e Ednar Rodrigues pescava na beira da lagoa. Eles percorreram quase nove quilômetros de bicicleta para ir do bairro Genibaú, onde moram, até a lagoa. Eles afirmam que a pesca é para o lazer e usam o peixe para consumo próprio. “Não acredito que os peixes estejam contaminados. Na vizinhança, todo mundo pesca e ninguém nunca teve problema.”, diz Auricélio.
Joselito Gonçalves e Osmar Ferreira foram os únicos pescadores “profissionais” encontrados em Porangabuçu. “A gente percebe que a lagoa está contaminada. Mas acho que o peixe não é contaminado e a gente trata ele, passa vinagre”, diz Joselito. Osmar Ferreira conta que os peixes são consumidos por eles ou trocados por alimentos com outras pessoas da comunidade onde vivem. “Para algumas pessoas a gente também doa quando precisa”.
Peixes
O professor do curso de Engenharia de pesca da UFC, Marcelo Sá, explica que a presença de metais pesados na água - como chumbo, cádmio, estanho e mercúrio - preocupa. Eles contaminam o peixe e, quando o animal é consumido, os metais pesados se acumulam e trazem malefícios à saúde.
Já a contaminação biológica, causada pelo despejo de esgoto e lixo nas lagoas, provoca menos preocupação, segundo o professor Bemvido Gomes, responsável pelo Laboratório Integrado de Águas de Mananciais e Residuárias (Liamar) do IFCE.
O professor explica que, se houver uma limpeza adequada dos peixes e cozinhados, não apresentam risco à saúde. O professor lembra que foi realizada uma pesquisa da qualidade da água das lagoas de Fortaleza pelo Liomar, em parceria com a Semam, entre 2006 e 2010. Nela, não foi identificada a presença de metais pesados.
Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Quem passa pelas lagoas de Fortaleza observa muitas pessoas pescando nelas. Afinal, isso é feito para lazer ou sustento? O POVO visitou as lagoas do Porangabuçu e Parangaba e fez a pergunta aos frequentadores.
SAIBA MAIS
Lagoas
Por precaução, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam) não recomenda o consumo de peixes desses locais.
São elas:
Itaperoaba (Serrinha)
Lago Jacareí (Cidade dos Funcionários)Maraponga
Maria Vieira (Cajazeiras)Messejana
MondubimOpaia (Aeroporto)
PapicuParangaba
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