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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Feira dos Pássaros vira a "Feira dos Carros"

Veículos à venda e barracas de ambulantes se espalham pelo canteiro central da rua Gomes Brasil. A Feira dos Pássaros cresce a cada domingo


Basta trazer o veículo de casa domingo e estacioná-lo em cima do canteiro central da rua Gomes Brasil, a movimentação intensa em torno da Feira da Parangaba é garantia de venda. Mais fornida a cada semana, a conhecida Feira dos Pássaros se espalha pelas redondezas, ocupa o asfalto, as calçadas e a frente do terminal de ônibus da Lagoa.


A necessidade e o hábito desfalcam a irregularidade: “É livre colocar o carro aqui. Trouxe a minha Parati e estou esperando o comprador”, explica o motorista Sirlei Uchoa, 27 anos. Ao redor de si, dezenas, talvez centenas, de veículos – números de celular e preços escritos em janelas e latarias.


Próximo à esquina com avenida Augusto dos Anjos, viatura da Polícia Militar descansa sob a mangueira do ambulante Domingo Gonçalves, 89 anos, ambos em cima do canteiro central, já desgastado pelo sobe e desce. “Vinte anos debaixo dessa mangueira. Trinta e um ali dentro (apontando para o monturo de barracas ao redor da Lagoa)”, apresenta-se Domingo.


E acrescenta: “A feira cresceu. Para que tanta gente amontoada ao redor da lagoa com esse pedaço de chão sem nada (canteiro). Ora, não faz sentido. As pessoas têm de entender: a Feira é o amor do pobre! E quem trabalha assim não é preguiçoso”.


De pé em frente à própria loja, ponto comercial na rua Gomes Brasil, Nirle Mota, 36, observa o movimento. “Quando a AMC está aqui, não fica ninguém em cima do canteiro. ”, justifica.


A AMC, garante o chefe da Divisão de Operação e Fiscalização do órgão, coronel Gilson Liberato, atua no local todos os domingos. “Mas é luta constante. Temos uma equipe por semana no local. Mas é só sair de perto. É muita gente e já se tornou costume do povo”, argumenta Liberato. Ainda conforme o chefe de fiscalização, existem projetos dentro do órgão municipal para sinalizar a área e dedicar equipe permanente à fiscalização local.


Para o ambulante Francisco Ferreira, 53, os problemáticos sempre foram os carros. “Quando dava pra chamar de Feira dos Pássaros cabia todo mundo. Agora é Feira dos Carros, não tem onde colocar tanto carro”. Ele mora no Conjunto Ceará e, vira e mexe, aparece pelo canteiro central da rua Gomes Brasil com qualquer coisa à venda. Ontem foi a vez de um kit de Gás Natural usado, “com todos os documentos”.


Onde


ENTENDA A NOTÍCIA

Desde o começo dos anos 1990, a Feira dos Pássaros socupou o entorno da Lagoa da Parangaba. Desde então, veículos, eletrônicos, animais e toda sorte de quinquilharia passível de venda se pode encontrar no local.

Janaína Brás
janainabras@opovo.com.br

Fonte: O POVO Online


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