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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Escola aborda Cultura de Paz de forma multidisciplinar


Projeto "Paz, quem ama faz" desenvolve atividades que investem em valores morais e mudança de postura

A escola de Ensino Fundamental e Médio Gonzaga Mota tem realizado atividades em várias áreas com os estudantes, tendo como tema principal a cultura da paz FOTO: DIVULGAÇÃO

Nas aulas de Matemática, gráficos com dados da violência; nas de Português, redações com o tema cultura de paz; nas de Química, análises de água que mostram a poluição dos rios, o que não deixa de ser uma violência com a natureza; nas de Biologia, as consequências de uma lesão; nas de História, momentos de conflito que marcaram a humanidade. É assim, de forma multidisciplinar, que neste ano a Escola de Ensino Fundamental e Médio Gonzaga Mota, em Messejana, está pondo em prática com alunos e professores o projeto "Paz, quem ama faz".

As atividades, que foram discutidas em reuniões pedagógicas e com estudantes e seus pais, culminam, amanhã, com um passeio ciclístico pelas ruas do bairro. De acordo com o coordenador do projeto e da escola, Auriberto Cavalcante, na rotina da comunidade escolar, "matar é o extremo, mas a violência é quase diária".

Riscar o carro dos professores, secar pneus e ameaças são só alguns exemplos que o professor cita como influências do tráfico e uso de drogas nas escolas e no seu entorno. "Os professores estão doentes, se afastando por síndrome do pânico. Tem aluno que mostra a arma discretamente. Os alunos que querem alguma coisa ficam com medo. Essa é a realidade não especificamente da minha escola, mas de várias, principalmente no turno da noite", pondera.

Para o professor, pequenas mudanças fazem diferença. Recentemente, por exemplo, a escola recebeu da Secretaria da Educação Básica do Estado (Seduc) mesas de pingue-pongue, de totó, tabuleiros de xadrez, dama e outros jogos que são utilizados na hora do recreio. Assim, "ao invés de brincadeiras pesadas, os meninos ficam nos jogos, ficam até mais calmos e estão vendo que é melhor brincar do que brigar", relata.

Para abordar a necessidade de paz, os alunos envolvidos no projeto fizeram cartazes e murais que serão expostos no sábado, na escola. Após o passeio ciclístico, os participantes vão para as margens do Rio Coaçu fazer um alerta para a preservação do manancial.

Sobre a presença de policiais nas escolas, Auriberto Cavalcante, é a favor, mas não de forma permanente. "A escola precisa ser protegida. A escola e seu maior patrimônio: alunos, professores, diretores, funcionários. Enquanto não se consegue uma situação ideal, é preciso".

O coordenador considera que isso seja necessário pelo menos nos arredores da instituição, mas de forma ostensiva, que iniba a ação de possíveis infratores. "A partir do momento em que se consegue a conscientização, isso não é mais preciso. Mas por enquanto é".

Seminários

Com o Ministério Público do Trabalho (MPT), em janeiro a Seduc realizou, no Interior, seis Seminários Regionais sobre Promoção, Defesa e Controle Social dos Direitos da Criança e do Adolescente. Cerca de 2 mil pessoas participaram. Além disso, a assessoria informa que envolve famílias nas ações através de projetos como o Escola Aberta, Segundo Tempo, Conselho Escolar e Grêmios Estudantis.

Ainda conforme nota enviada à imprensa, a Seduc afirma que tem "equipado escolas para que a estrutura ofertada seja de qualidade". Isso inclui construção de ginásios poliesportivos, academias de ginástica, entre outros serviços. Há atividades curriculares, como salas de musculação e de lutas, incluídas nas aulas de Educação Física. O projeto abrange 62 escolas.

Além disso, a Seduc incentiva a formação de bandas. Para isso, adquiriu 19.584 instrumentos. Cada unidade ganhou três violões acústicos, um teclado, dez flautas doce, dois timbas pequenas, dois pandeiros.

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