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terça-feira, 3 de maio de 2011

Frotão - Quarto princípio de incêndio em um ano

Por Sara Oliveira
saraoliveira@oestadoce.com.br

Pela quarta vez, em pouco mais de um ano, pacientes, funcionários e acompanhantes do Instituto Dr. José Frota (IJF) levam um susto. O motivo é o mesmo: problemas elétricos que desencadeiam princípio de incêndio. Um curto-circuito em um dos quadros de energia do 3º andar, na madrugada de ontem, por volta das 3h30, provocou a interrupção de uma cirurgia e a transferência de quatro pacientes para outras unidades hospitalares. No início da manhã, consequência da instabilidade elétrica da madrugada, um dos equipamentos da Companhia Energética do Ceará (Coelce), localizado do lado de fora do hospital, também sofreu curto-circuito.
Havia 44 pacientes no andar atingido, que corresponde ao Centro Cirúrgico e à Sala de Recuperação. Destes, 12 permaneceram em seus leitos e 32 precisaram ser removidos; 15 para a Unidade 11 do IJF, 15 para a Emergência e dois para Área de Risco. De acordo com o superintendente do hospital, Messias Barbosa, a fumaça provocada pelo curto-circuito foi o que causou as remoções. O paciente, que passava por uma cirurgia vascular, teve seu procedimento interrompido por seis horas.

Dos quatro pacientes que chegaram à Emergência do hospital, precisando de cirurgias, um foi encaminhado ao Hospital de Messejana, um para o Frotinha de Antônio Bezerra, um para o Frotinha de Messejana e outro para o Frotinha da Parangaba. Ainda como consequência do acidente, foram suspensos, até a tarde de ontem, os exames de Tomografia-realizados no hospital César Cals- Raio-X e Laboratoriais.

Para esclarecer as causas do curto-circuito, a equipe da Perícia Forense do Estado do Estado (Pefoce) esteve no local durante a manhã. O laudo sairá em cinco dias, porém, apesar de não afirmar prospecções, Messias Simões questionou: “Como uma estrutura com cabeamento novo – feito depois do último incidente, em 2010- em local blindado, pode sofrer curto-circuito?”. A indagação transparece a suspeita de possível negligência por parte de funcionários.

CAUSA ELÉTRICA


Existem dois alimentadores de energia no IJF. Um funciona apenas com energia fornecida pela Coelce e o outro, com energia da Companhia e dos três geradores que existem no hospital. Quando houve a falha elétrica, as duas fontes foram suspensas, tendo então a energia sustentada pelos geradores. A engenheira clínica responsável pelo setor de Manutenção do hospital, Adeny Leite, disse que os alimentadores foram atingidos, mas que “em nenhum momento ficou sem energia”.

Ontem, os geradores “deram conta”, porém, a instabilidade do IJF, consequência de sua superlotação, é ainda um grande problema. Tamanha deficiência, fez Messias Barbosa ponderar que “quanto mais pacientes um hospital tem, mais energia utiliza e, portanto, acidentes deste tipo são previsíveis”. Hoje, o IJF trabalha com 100% de sua capacidade, ou seja, seus 406 leitos preenchidos. A vinda de pacientes do interior, segundo o superintendente do hospital, ainda é um dos fatores agravantes. “Existem 136 paciente; da Emergência atualmente, 73 são do interior do Ceará”, demonstrou.

PERIGO CONSTANTE


“Se nós tivéssemos um incêndio aqui, seria um grande problema. O IJF é um hospital vertical, sem espaços para fugas”, considerou o superintendente da unidade. Simões acrescentou que para haver uma estrutura adequada preventiva em caso de incêndios, “precisaria existir um outro IJF”. Ele referia-se a um prédio ao lado do atual, com uma passarela que facilitasse a passagem das pessoas.

Em 6 de abril de 2010, um curto-circuito em um dos geradores do hospital gerou um princípio de incêndio. O equipamento de reposição elétrica foi acionado após falta de energia na Emergência do hospital. No dia 11, o IJF sofreu uma pane no sistema elétrico, seguido de apagão. Em 15 de maio, um curto-circuito no ar-condicionado do centro cirúrgico gerou novo princípio de incêndio.

Messias Barbosa afirma que ações de prevenção são feitas rotineiramente, principalmente depois dos acidentes de 2010. Troca de cabeamento, avaliação de diagnóstico e confecção de aludo técnico sobre a estrutura física do IJF são algumas destas ações. Entretanto, ele afirmou que “não há como garantir que não acontecerá novamente”.

Fonte: O Estado

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