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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pássaros raros apreendidos na Feira da Parangaba



Na operação da SPA não houve prisão dos envolvidos no crime ambiental, sujeitos a processo e multa

Dezenove pássaros, entre sabiá, galo-de-campina, primavera, caboclo lindo, cão-cão e periquito-do-sertão, foram apreendidos, numa operação da Sociedade Protetora Animal (SPA), com apoio da Polícia Militar (PM), na manhã de ontem, na feira da Parangaba. A ação foi mais uma investida de combate ao comércio ilegal de animais silvestres, prática considerada crime ambiental pela Lei Nº 9.605/ 1998.

Os autores do delito fugiram antes da chegada dos agentes e ninguém foi preso. Antes de escapar, esconderam os animais como puderam, dentro de sacos ou em caixas entocadas. Os animais apreendidos estavam em péssimas condições, com sede, fome e em gaiolas minúsculas ou em caixas de papelão.

Alguns, como o sabiá, estava quase morrendo devido aos maus-tratos. A espécie é uma das mais procuradas, sendo vendida, em média, por R$ 50,00. Outra espécie, primavera, também é disputada e comercializada pelo mesmo valor.

Quem é flagrado na venda ilegal de animais silvestres está sujeito a responder a processo criminal. Para cada animal apreendido, a lei estabelece multa de R$ 500,00. No caso de animal em processo de extinção, varia de R$ 2 mil a 5 mil.

O presidente da SPA, Márcio Filho de Sousa, contou que, antes da blitz, a entidade comprova o comércio ilegal fotografando e enviando relatório ao Ministério Público Estadual (MPE) pedindo providencias. Segundo ele, somente nos meses junho, julho e agosto, a ação apreendeu mais de 80 pássaros que não se reproduzem em cativeiro e estão em perigo de extinção.

Os pássaros apreendidos foram levados para um centro de triagem do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), onde passarão por avaliações de veterinários e receberão alimento. Caso estejam em condições, serão devolvidos à natureza. Os que estiverem doentes ou que não tenham condições de se adaptar à vida silvestre serão levados para unidades conservacionistas.

Outro problema sério da Feira da Parangaba são as péssimas condições sanitárias. A "matança" de galinhas e patos é feita a céu aberto, sem nenhuma condição de higiene. Todo o ambiente denota insalubridade. A maneira como os animais são abatidos, a retirada das penas e como o sangue jorra sob o olhar indiferente dos consumidores que ali esperam para levar a "mercadoria" assustam quem vê a cena pela primeira vez. A "dona do negócio", Lúcia Ferreira, não para nem para falar com a imprensa. "Tenho que sobreviver", disse. Cada animal abatido é vendido por R$1,50.

REPÓRTER: LÊDA GONÇALVES / DIÁRIO DO NORDESTE (30/08)

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