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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Caminhada com faixas e cartazes divulga a luta contra o trabalho infantil

Uma caminhada em um dos bairros de Fortaleza, que mais registra casos de crianças trabalhando, o Serviluz, reuniu arte, sensibilização e informação na tarde de ontem. A ação fez parte da Campanha Municipal de Combate ao Trabalho Infantil, que na manhã do último sábado (03/06) identificou 73 meninos e meninas trabalhando na Capital.

Pobreza e marginalidade estão inerentes à temática. A conscientização da população é difícil, quando a condição social é das mais desfavoráveis. Em 2010, foram registradas 1.982 crianças em situação de trabalho em Fortaleza.

“É muito lindo falar para não trabalhar, mas é melhor do que estar roubando. Tem criança aqui que parece o ‘capeta’ para tirar o que é dos outros”. O desabafo é do pescador Elias Jerônimo de Sousa, que mora no Serviluz, um dos bairros mais perigosos da Capital. Tentar mudar pensamentos como o de Elias era um dos focos das músicas, planfletos e caras pintadas que preencheram as vielas do bairro durante a caminhada.

“A sociedade precisa tomar para si tal responsabilidade. As abordagens na rua são importantes e eficazes, porém, em muitos casos só a denúncia poderá inibir a ilegalidade”, disse a coordenadora da Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), Andrea Cortez. Após as abordagens feitas, no sábado, as equipes da Semas executaram as visitas às residências de cada criança. Segundo Andrea, isso acontecerá em, no máximo, 15 dias.

Abordagens

O evento contou com a participação de crianças e idosos e culminou com o show do grupo Bate Palmas. As feiras livres e as faixas de praia são os cenários mais comuns do descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Nas praias, geralmente, as crianças estão sozinhas, o que caracteriza uma relação de exploração mais intensa. Nas feiras, por outro lado, há resistência de muitos pais, que levam os filhos para ajudar no trabalho”, contou Andrea.

Depois da visita aos pais, caso o trabalho infantil continue a acontecer, a Semas aciona os Conselhos Tutelares e o Ministério Público. Andrea destacou a interação entre as ações do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e a realidade social das famílias. Dados da Pesquisa Nacional por Amostras em Domicílio (Pnad), feita em 2009, apontaram um dado preocupante: dos mais de 293 mil pequenos, que trabalham no Estado, 122 mil estão na faixa etária entre 5 e 14 anos.

Hoje, às 09h:00, no auditório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará, acontecerá o seminário “Trabalho Infantil: Trabalho Ilegal e Perigoso”.

Às 07h:00, no terminal de Messejana, e às 17h:00, no terminal da Parangaba, haverá abordagens sociais. As ações repetem-se amanhã, pela manhã no terminal do Antônio Bezerra e à tarde, no terminal do Papicu.

Amanhã, 5a.feira (09/06), o seminário “As Piores Formas de Trabalho Infantil” será apresentado, às 13h:30min, no Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (Imparh). Na sexta (10), uma panfletagem, às 16 horas, no cruzamento da avenida 13 de Maio e Shopping Benfica, levará mais informações à população.

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Fonte: Direitoce.com.br


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