Estudo da Secretaria de Administração revela que em 30 anos a cidade perdeu quase 90% de sua vegetação original
Os espaços verdes de Fortaleza diminuíram assustadoramente nas últimas décadas. A expansão da cidade engoliu mangues e dunas e aterrou lagoas. De acordo como estudo "Fortaleza em Números", da Prefeitura, em 2009, o quadro é grave: são 786,03 hectares de áreas destinadas a praças, áreas verdes, livres e parques. Do total, aponta o estudo, 335,77 hectares ou 42,73% estão invadidos.
Em 240,14 ha, ou 30,55% desses espaços, a gestão municipal agiu de alguma forma com implantação de projetos. No restante, 119,55ha destinados a praças ainda não foram implantadas; 31,57ha da mesma natureza estão ocupados por entidades públicas e 46,77 hectares com usos diversos.
Para o professor de arquitetura José Sales, o processo de degradação ambiental em Fortaleza é assustador. Um índice estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere 12 metros quadrados de área verde por habitante para que haja equilíbrio entre a quantidade de oxigênio e gás carbônico. Fortaleza só possui 4m²/hab. Segundo ele, o déficit da cidade é astronômico. "Para correr atrás do prejuízo e está de acordo com a OMS, precisaríamos de três mil hectares de áreas verdes. O resultado é triste: estamos com mais de 2.200 negativos", salienta.
A falta de áreas verdes potencializa o estresse diário. Que o diga o aposentado Joaquim Francisco Ferreira. Ele mora na Parangaba e há anos deixou de fazer suas caminhadas. O motivo é que a Lagoa da Parangaba, é hoje um mercado a céu aberto e impede que a população usufrua o espaço. "É uma pena, porque a cidade está árida e feia", afirma.
Segundo o ambientalista João Saraiva, a cidade chegou a possuir 60 lagoas. Hoje, são 20 e muitas sofrem a falta de atenção por parte do poder público, como o caso da Parangaba.
Veja o vídeo OCUPAÇÃO IRREGULAR NA PARANGABA
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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