Pesquisar este blog

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Mercados sofrem com abandono


Clique para Ampliar
KID JÚNIOR
O Mercado da Aerolândia é o que está em pior situação, com instalações precárias

Enquanto alguns destes tradicionais comércios estão sempre lotados, outros têm cada vez menos frequentadores



Frequentar os mercados públicos é uma tradição que, com o tempo, está perdendo força. Alguns continuam em plena atividade e com boa movimentação, como o Mercado Central e o São Sebastião, enquanto outros, localizados nas periferias, amargam o sofrimento de terem cada vez menos frequentadores.



O Mercado Público da Aerolândia, na BR-116, por exemplo, possui a situação mais grave. O estado de conservação é precário. Dos cerca de 50 boxes existentes apenas três estão em funcionamento. Os portões e grades estão enferrujados. As paredes pichadas e encardidas com a ação do tempo. Instalações elétricas precárias e fios expostos completam a triste realidade.



Para a permissionária Maria Rodrigues, o problema decorre do descaso do poder público, que não dá atenção ao estado de abandono do local. "Isso é patrimônio da Prefeitura, ela tem que preservar", afirma.



O auxiliar de trânsito Renato Gadelha, 60, reside próximo ao mercado há 30 anos. Segundo ele, quando precisa fazer compras, se vê obrigado a procurar as redes de supermercados ou até outros mercados em melhor estado, como o São Sebastião. "Lembro da época em que esse lugar vivia cheio. É muito triste ver ele se acabando", lamenta.



No bairro Parangaba, a situação não é tão diferente. Embora existam mais permissionários atuando, o mercado também precisa de melhorias em sua estrutura. As paredes estão com fortes rachaduras e com a presença de cupins. O piso necessita de limpeza. Os banheiros estão com portas quebradas, vasos sanitários sem funcionar e, até mesmo, uma pia se encontra amarrada com corda para não cair.



O comerciante Antônio Faustino, 74, que trabalha no mercado há mais de 20 anos, afirma não se recordar da última vez que o local passou por uma manutenção. Para ele, esse é um dos motivos que afugenta a clientela, fazendo com que as pessoas procurem outros locais. "Se aqui tivesse uma reforma com certeza atrairia mais gente", afirma.



O aposentado Luiz Cirne, 63, afirma que sempre faz compra no Mercado São Sebastião. "Moro no Rodolfo Teófilo. Para mim, seria melhor ir ao mercado da Parangaba ou da Bela Vista, mas eles estão acabados", lamenta.



O Mercado Joaquim Távora, na Avenida Pontes Vieira, passou por reforma no ano passado e se encontra em situação melhor. No entanto, o local não está livre de reclamações. O maior problema apontado é com relação à limpeza e à falta de novos permissionários. Conforme uma das licenciadas, que não quis se identificar, a higienização é ruim e a administração é ineficiente. "A visão que o povo tem daqui é de um lugar pobre e sujo, por isso vem pouca gente", diz.



Projetos



Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Executiva Regional (SER) VI informou que foi encaminhada, após reunião entre a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) e o Distrito de Infraestrutura (Dinf), a documentação para o projeto de reforma do Mercado da Aerolândia, que aguarda processo de licitação. A SER VI ressalta ainda que, por se tratar de um patrimônio tombado, o projeto foi reformulado para preservar a arquitetura francesa, que compõe a estrutura do prédio, e que a expectativa é de que a reforma e restauração seja iniciada em março.



De acordo com a SER IV, existe um projeto aprovado para a reforma do Mercado da Parangaba e o processo licitatório deve ser iniciado em até 60 dias. A Regional esclarece também que está em processo de conclusão a reforma do Mercado do Montese, o que não acontecia há 40 anos, e que, após a entrega, o da Parangaba será o próximo a passar por mudanças.



Sobre o Mercado Joaquim Távora, a SER II informou que a reforma do local teve investimento total de R$ 100 mil, com obras em toda a estrutura do equipamento. Novos banheiros com acessibilidade foram criados e os andares superiores ganharam novas instalações elétricas e hidráulico-sanitárias. Foi realizada a pintura interna do prédio e as luminárias foram trocadas. A cobertura e a caixa d´ água foram recuperadas.



Ainda segundo a Regional, o mercado recebe intervenções sempre que necessário, estando longe de ser esquecido pelo poder público. A SER II atribui a pouca movimentação à falta de interesse de novos permissionários sobre o local.


RENATO BEZERRA
ESPECIAL PARA CIDADE - Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário