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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Comunidade diz não à exploração do trabalho infantil

Campanha contra doação de esmolas chega à SER VI. Ideia é conscientizar os pais sobre onde crianças e adolescentes devem estar. Um lugar que dona Ângela Maria conhece bem. E defende sem titubeios

Campanha contra o trabalho infantil foi realizada em escola do Jangurssu ( FOTO DEIVYSON TEIXEIRA)

Foi com um puxão na barra da calça que o meninote de olho arregalado alertou ao repórter da visão prejudicada para o frenesi do palco. Levantou, disse um breve “sai do meio”, retomou o assento e continuou vidrado na história do homenzinho torto. Levantou de novo, dançou e ouviu lições sobre não fumar e não bater em coleguinhas.

Era uma das atividades realizadas no encerramento da da campanha “Não dê esmola à criança em situação de rua”, no Jangurussu, na manhã deste sábado. O bairro pertence à Secretaria Executiva Regional (SER) VI.

A iniciativa foi pensada pelo Conselho Comunitário de Apoio ao Ministério Público e apoiada pela Prefeitura de Fortaleza. A mobilização já passou por outras quatro SERs. Agora, segue para a SER II.

É uma maneira de comunidades dizerem “não” à exploração do trabalho infantil, o cerne de infâncias mendigadas; minguadas. “Essa é uma realidade de todo o município. E não adianta fazer ações pontuais. Elas têm que ser interdisciplinares”, explica a coordenadora da campanha na SER VI, Helquia Monte.

Por isso, a força-tarefa sempre reforça aspectos como esporte, lazer e educação, quase sempre em falta especialmente na periferia. E educação em dois sentidos: de conscientizar os pais sobre o crime de submeter nossa juventude ao trabalho; e manter essa juventude ocupada. Na escola, de preferência. “Em várias unidades, já tem o ‘Mais Escola’, onde o aluno tem sete horas diárias de programação”, informa a chefe do Distrito de Educação da SER VI, Socorro Braga. A Regional é a maior tanto em população quanto em território. São 29 bairros e mais de 600 mil habitantes.

Após verificar pressão, fazer teste de glicemia, cortar o cabelo e receber uma muda de planta para o jardim de casa, dona Ângela Maria sentencia algo cuja experiência de seus 67 anos lhe permite. “Conheço gente aqui do Jangurussu que coloca “os filho tudim” na rua pra pedir esmola. Isso tá errado! Lugar de criança é no colégio, estudando pra ser gente na vida. Ou até na rua, mas jogando bola, soltando pipa, disputando bila...”.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

A exploração da mão de obra infantil pode ser evitada e combatida com a criança tendo atividades em tempo integral na escola. Programas nesse sentido já existem tanto em âmbito municipal quanto estadual.

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