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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desafogar o trânsito

A fluidez do trânsito corresponde à maior aspiração dos moradores da Capital, tanto os dependentes de transportes públicos, como aqueles obrigados à utilização de veículos particulares na disputa ingrata pelas estreitas vias urbanas. Fortaleza necessita, com urgência, planejar seu trânsito, em razão dos problemas gerados pelos engarrafamentos permanentes, guiadores mal formados e de um sistema viário insuficiente e incapaz de atender às demandas crescentes.

Anuncia-se encontrar-se a administração municipal empenhada em conseguir R$ 261,5 milhões para investir em obras viárias, aproveitando as dotações substanciais do governo federal reservadas para financiar os projetos de mobilidade urbana exigidos pela Copa do Mundo de 2014. Dessa previsão de investimentos, R$ 206,6 milhões seriam procedentes da União, entrando o Município de Fortaleza com R$ 54,9 milhões como contrapartida.

Esses recursos seriam empregados na construção de uma série de viadutos, nos cruzamentos das Avenidas Raul Barbosa e Murilo Borges, na Aerolândia; nos cruzamentos das Avenidas Dedé Brasil e Germano Franck, em Parangaba; no alargamento da Avenida Alberto Craveiro, no Dias Macedo; e na construção de túneis ao longo da Via Expressa, especialmente quando ela cruza com as Avenidas Santos Dumont, Padre Antônio Tomaz e Alberto Sá.

Esse conjunto de obras, integrante da segunda etapa do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), se impõe como urgente e inadiável, em razão das condições de inviabilidade alcançada pelo trânsito complicado da cidade. A distribuição dos veículos motores, leves e pesados, motocicletas, carroças e bicicletas não ocorre de maneira homogênea na totalidade do sítio urbano. Ainda assim, não há uma área livre na situação de incompatibilidade entre o número de veículos e os corredores de tráfico disponíveis.

O crescimento médio da frota de veículos e motos observou a seguinte tendência: em 2007, foi de quatro mil veículos por mês. Em 2008, passou para 4,5 mil; em 2010, 5,5 mil. Atualmente, supera seis mil veículos a cada mês. Os investimentos públicos não acompanham a necessidade de espaços apropriados para a circulação dos veículos, agravados pela expansão vertiginosa do número de motocicletas.

As obras mencionadas foram previstas para equacionar apenas os problemas de engarrafamento de parte do sistema viário mais afetado, estando longe do objetivo de conferir fluidez normal do tráfego. Na raiz central do problema, encontra-se a ausência de um plano diretor de tráfego concebido dentro de técnicas mais avançadas.

Espaços urbanos existentes precisam ser utilizados como via expressa, a exemplo da Avenida Tenente Lisboa, à margem da Linha Férrea Fortaleza-Caucaia, desafogando a zona oeste da cidade; a construção da Avenida Litorânea, como opção paralela à Avenida Washington Soares; e o prolongamento da Avenida Miguel Dias, ligando a área do Cocó a Messejana. Sem a abertura de novas vias, o cumprimento das normas de trânsito e um choque de ordem no tráfego, não há saída.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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